As proteínas desempenham um papel fundamental no funcionamento do corpo humano, sendo comumente associadas ao desenvolvimento da força física. Contudo, além da importante ação na construção muscular, as proteínas desempenham funções cruciais na síntese de neurotransmissores, na regulação do humor e na resposta ao estresse. Neste artigo, você irá descobrir como as proteínas podem atuar como nutrientes neuroprotetores e melhorar a saúde mental.
No cérebro, as proteínas desempenham um papel fundamental na regulação dos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela transmissão de sinais entre as células nervosas, contribuindo diretamente com a cognição, humor e o equilíbrio emocional (Bolun et al, 2022). A circulação sanguínea de aminoácidos provenientes das proteínas assegura a síntese adequada de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que desempenham funções vitais na qualidade de vida, auxiliando no controle do estresse, na regulação do sono e prevenção de doenças como depressão e Alzheimer. O aminoácido L-triptofano, por exemplo, age como precursor de serotonina, desempenhando uma função importante no controle da ansiedade e estresse (Yuki, 2022).
A nutrição é cientificamente reconhecida como um fator de risco modificável para o estado de saúde mental, e pesquisas no campo da psiquiatria nutricional demonstram resultados promissores, ressaltando que os hábitos alimentares podem impactar diretamente na saúde emocional. Um estudo concluiu que a combinação de aminoácidos específicos, incluindo alanina, glutamato, aspartato e tirosina, pode melhorar a motivação e a função cognitiva. Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs), encontrados na proteína do soro de leite (whey protein) por exemplo, foram associados a menor risco de desenvolver ansiedade e depressão (Glareh et al, 2021).
Um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, realizado com adultos saudáveis, demonstrou que a ingestão de sete aminoácidos essenciais levou a uma melhor atenção, flexibilidade cognitiva e funcionamento psicossocial, o que suporta a recomendação do adequado consumo proteico para ajudar a prevenir o declínio cognitivo (Jordan et al, 2019). Outro estudo que se concentrou na prevenção da doença de Alzheimer e demências relacionadas, destacou o papel fundamental da ingestão de proteínas na para prevenir o declínio cognitivo (Wei et al, 2021).
As descobertas científicas a respeito do impacto do consumo de proteínas e aminoácidos para a saúde mental sugerem que esses nutrientes são fundamentais para a função cognitiva, contribuindo com o controle do estresse, melhoria do aprendizado e prevenção de doenças neurodegenerativas. A deficiência de proteínas na dieta pode comprometer a adequada produção de neurotransmissores, logo, sugere-se que a ingestão de proteínas deve ser considerada como conduta nutricional indispensável na prevenção do declínio cognitivo e promoção da saúde e bem-estar mental.
Referências Bibliográficas
- Yuki, Murakami. The influence of amino acid metabolites and dietary protein on mental health and brain function. Nihon shokuseikatsu gakkaishi, (2022).;33(4):179-184. doi: 10.2740/jisdh.33.4_179. Disponível em: <https://www.jstage.jst.go.jp/article/jisdh/33/4/33_179/_article/-char/ja/>. Acesso em 19 fev 2024.
- Bolun, Cheng., Xuena, Yang., Shiqiang, Cheng., Chun’e, Li., Huijie, Zhang., Li, Liu., Peiling, Meng., Yumeng, Jia., Yan, Wen., Feng, Zhang. A large-scale polygenic risk score analysis identified candidate proteins associated with anxiety, depression and neuroticism. Molecular Brain, (2022).;15(1) doi: 10.1186/s13041-022-00954-3. Disponível em: <https://molecularbrain.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13041-022-00954-3>. Acesso em 19 fev 2024.
- Senthilkumar, Rajagopal., Supraj, Raja, Sangam., Shubham, Singh., Venkateswara, Rao, Joginapally. Modulatory Effects of Dietary Amino Acids on Neurodegenerative Diseases. Advances in neurobiology, (2015).;12:401-414. doi: 10.1007/978-3-319-28383-8_22. Disponível em: <https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-28383-8_22>. Acesso em 19 fev 2024.
- Preeti, Khanna., Bani, Tamber, Aeri. Association of Quantity and Quality of Protein Intake with Depression and Anxiety Symptoms among Adolescent Boys and Girls (13–15 Years) Studying in Public Schools of Delhi. Journal of Nutritional Science and Vitaminology, (2019).;66 doi: 10.3177/JNSV.66.S141. Disponível em: <https://www.jstage.jst.go.jp/article/jnsv/66/Supplement/66_S141/_article>. Acesso em 19 fev 2024.
- Wei, Zhao., Yane, Yin., Fuxiang, Qin., Xinyu, Lin., Liming, Zhang. Effects of early intake of amino acid on the neurodevelopmental outcomes in very low birth weight infants at correct age of 20 months and school age. Irish Journal of Medical Science, (2021).1-6. doi: 10.1007/S11845-021-02526-1. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s11845-021-02526-1>. Acesso em 19 fev 2024.
- Jordan, M., Glenn., Erica, N., Madero., Nicholas, T., Bott. Dietary Protein and Amino Acid Intake: Links to the Maintenance of Cognitive Health. Nutrients, (2019).;11(6):1315-. doi: 10.3390/NU11061315. Disponível em: <https://www.mdpi.com/2072-6643/11/6/1315>. Acesso em 19 fev 2024.
- Glareh, Koochakpoor., Asma, Salari-Moghaddam., Ammar, Hassanzadeh, Keshteli., Ammar, Hassanzadeh, Keshteli., Hamid, Afshar., Ahmad, Esmaillzadeh., Ahmad, Esmaillzadeh., Peyman, Adibi. Dietary intake of branched-chain amino acids in relation to depression, anxiety and psychological distress.. Nutrition Journal, (2021).;20(1):11-11. doi: 10.1186/S12937-021-00670-Z. Disponível em: <https://nutritionj.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12937-021-00670-z>. Acesso em 19 fev 2024.
Leave a Comment